Depois de percorrerem o país de norte a sul, levando o melhor da música nacional além fronteiras e, sobretudo, a melhor parte de três décadas em estúdio e nos palcos, a Resistência sabe alguma coisa dos ventos que nos empurram e dos mares que importa cruzar. Deste processo nasceu “Ventos e Mares”, uma obra que reúne alguns dos mais brilhantes exemplos da arte de casar palavras, nomeadamente Rui Reininho, Sérgio Godinho, João Monge e Jorge Palma, com melodias e arranjos que nos definem enquanto geração.
O título do novo trabalho do colectivo de Alexandre Frazão, Fernando Júdice, Fernando Cunha, José Salgueiro, Mário Delgado, Miguel Ângelo, Olavo Bilac, Pedro Jóia e Tim traz à vista uma expressão que traduz o que se encontra quando se trilha um longo percurso. A metáfora certa para uma carreira rica, extensa e repleta de
sucessos e, claro, de alguns obstáculos.“Ventos e Mares” abre com o clássico “Sete Naves”, um êxito dos GNR, e alinha criações da Quinta do Bill, dos Clã (“Sopro do Coração” escrita por Sérgio Godinho), de Luís Represas com João Gil, de Jorge Palma, dos Delfins e dos Xutos & Pontapés. Há também espaço para uma homenagem ao guitarrista Dudas, figura que acompanhou durante mais de duas décadas o percurso da Resistência e que se retirou dos palcos em 2015. A outra vénia de “Ventos e Mares” é oferecida a Pedro Ayres Magalhães, membro fundador deste projeto e autor de muitas e emblemáticas canções que continua a inspirar o colectivo.
A Resistência estreou-se em 1991, semeando “Palavras ao Vento”, um dos maiores sucessos do colectivo, marcando o arranque de uma das mais importantes décadas da história da música pop portuguesa. Seguiu-se “Mano a Mano”, em 1992, e “Ao Vivo no Armazém 22”, lançado no ano seguinte. Regressavam em 2014, com
“Horizonte” e dois anos depois lançavam “Ao Vivo Em Lisboa”, o disco que levaria a Resistência a alcançar o topo da cena musical nacional e a pisar os maiores palcos do país em concertos verdadeiramente triunfantes.
2018 marcaria o mais recente regresso da Resistência aos discos com a edição de “Ventos e Mares”, um dos melhores trabalhos da carreira do colectivo, mantendo viva a missão de celebrar ao vivo o grande cancioneiro português. A 22 de novembro de 2019, “Ventos e Mares” teve edição especial em vinil.