This CD / DVD presents in full the concert that Resistência held in Campo Pequeno, in Lisbon, on December 17, 2015, this was the culmination of the “Horizonte” tour.
The Resistência repertoire appears renewed by the songs recorded in the sessions of Atlântic Studio, in Paço de Arcos, in the summer of 2014, for the new album “Horizonte” published in December of that year.
On their return to the road, 21 years later, the group performed with the original 1991 line-up, except for the absence of the Portuguese-German guitarist Fredo Mergner. Composed of six guitars, bass, drums, percussion and five soloist voices, Resistência intends to maintain the flame of a project that since the beginning has supported the song of Portuguese authors of electric music and concerts sung by the public community.
With the new band composition, the group’s musicians began to remember and recover the entire repertoire that constituted the concerts in 1993/94, (Resistência – Live at Armazém 22, 1993), and in a second moment, they introduced the new songs from the album “Horizonte ” in the 2015 concerts. This is the new alignment that the audience can enjoy on the DVD made by Zé Pinheiro and also on the CD edition!
Disco 1
1. Alegria Letra
Letra:
Pedro Ayres MagalhãesMúsica:
Heróis do MarNão há ninguém
Capaz de me dar alegria
Alegria
Não há ninguém
Capaz de me dar o que eu queria
Alegria
Não há ninguém
Capaz de me dar alegria
Alegria
Não há ninguém
Capaz de me dar o que eu queria
Alegria
Não há ninguém
Capaz de me dar alegria
Alegria
Não há ninguém
Capaz de me dar o que eu queria
Alegria
2. Nasce Selvagem Letra
Letra e Música:
Miguel Angelo, Fernando CunhaMais do que a um país
que a uma família ou geração
Mais do que a uma passado
Que a uma história ou tradição
Tu pertences a ti
Não és de ninguém
Mais do que a um patrão
A uma rotina ou profissão
Mais do que a um partido
que a uma equipa ou religião
Tu pertences a ti
Não és de ninguém
Vive selvagem
E para ti serás alguém
Nesta viagem
Quando alguém nasce
Nasce selvagem
Não é de ninguém
Quando alguém nasce
Nasce selvagem
Não é de ninguém
De ninguém
3. Vai Sem Medo Letra
Letra e Música:
Pedro Ayres MagalhãesVai sem medo
é de novo o começo
que outra vez acontece
o horizonte escurece
faz-se um grande sossego,
Não faz mal, vai sem medo
Não há preto nem branco
Nem há ninguém por perto
Que te possa ajudar
Vai depressa
E parte à descoberta
Porque a noite aparece
Nem há sombras no chão
E é tão grande o segredo
Não faz mal, vai sem medo
Não há preto nem branco
Nem há ninguém por perto
Que te possa guiar
Pensa grande
Num futuro distante
Em que possas mudar
Teu amor encontrar
Num caminho incerto
Não faz mal, vai sem medo
Não há preto nem branco
Nem há ninguém por perto
Só quem vais encontrar
Não faz mal, vai sem medo
Não há preto nem branco
Nem há ninguém por perto
Só quem vais encontrar
4. No meu Quarto Letra
Letra e Música:
Miguel Angelo, Fernando CunhaA terra a tremer
o céu a trovejar
e quando as nuvens caírem
estarei no meu quarto
O país a discutir
o estado a massificar
e quando todos partirem
estarei no meu quarto
No meu espaço
fortificado
ninguém me vai entrar
fico só
desligado
a ver de lado o mundo a girar
Fico só
abraçado
a ver de lado o mundo a girar
No meu quarto fico longe
no meu quarto estou tão perto
no meu quarto apago a luz
e pela sombra viajo no deserto
5. Cantiga de Amor Letra
Letra:
Pedro MalaquiasMúsica:
Rádio MacauPreferias que cantasse noutro tom
Que te pintasse o mundo de outra cor
Que te pusesse aos pés um mundo bom
E que te jurasse amor, o eterno amor
Querias que roubasse ao Sete-Estrelo
A luz que te iluminasse o olhar
Embalar-te nas ondas com desvelo
Levar-te até à lua para dançar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Talvez até pudesse dar-te mais
Que tudo o que tu possas desejar
Não te debruces tanto que ainda cais
Não sei se me estás a acompanhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
Podia, se quisesses, explicar-te
Sem pressa, tranquila, devagar
E pondo, claro está, modéstia à parte
Uma ou duas coisas se calhar
Que a lua está longe e mesmo assim
Dançar podemos sempre se quiseres
Ou então se preferires fica aí
Que ninguém há-de saber o que disseres
6. Balada Do Bloqueio Letra
Letra e Música:
Miguel AngeloÉ o ser ou não ser
É o ter ou não ter
É o tempo a passar
É o ar a faltar
Ás vezes sinto um peso
Que não é normal
À conta de um momento mau
Que dura, dura , dura
É o querer e não querer
É o tempo a passar
É o céu tão baixo
Que me faz ajoelhar
E não sair de casa
Nem falar a ninguém
Não ter nada pra dizer
Nem a ti nem a quem vier por bem
Ou a ninguém
Ás vezes sinto um peso
Que não é normal
À conta de um momento mau
Que dura, dura , dura
Estou aqui parado
Sem poder ir
A nenhum lado
Fico sem ti
Tão bloqueado
7. Timor Letra
Letra:
Pedro Ayres MagalhãesMúsica:
Paulo GonçalvesAndam lá sem descansar,
Nas montanhas a lutar
Iluminam todo o mar
De Timor
Nas montanhas sem dormir
Uma luz a resistir
Arde sem se apagar
Em Timor
Andorinha de asa negra
Se o teu voo lá passar
Faz chegar um grande abraço,
Dá saudades a Timor
Eles não podem escrever,
Porque vão a combater
Vão de manhã defender
A Timor
As crianças a chorar,
Não as posso consolar
Que eu nunca cheguei a ver
A Timor
Andorinha de asa negra
Vem ouvir o meu cantar
Ai que dor rasga o meu peito
Sem noticias de Timor
Nunca mais hei-de voltar
Já não posso lá voltar
À idade de lembrar
A Timor
Estam lá a descansar
Nas montanhas a lutar
Iluminam todo o mar
De Timor
Andorinha de asa negra
Vem ouvir o meu cantar
Ai que dor rasga o meu peito
Sem noticias de Timor
Andorinha de asa negra
Se o teu voo lá passar
Faz chegar um grande abraço,
Dá saudades a Timor
8. Liberdade Letra
Letra e Música:
Pedro Ayres MagalhãesArde
arde
sincero silêncio
a liberdade
só tem um momento
Arde
à vontade
alta, procura
fica a saudade
ai que não tem cura
Canta
canta
a chama da vida
a liberdade
está quase perdida
Canta
à vontade
alto e bem
sem medo
é a saudade
quem guarda o segredo
Calma
calma que já se avizinha
a liberdade
voltando sozinha
Vem
à vontade
que eu espero acordado
tenho a saudade
ai sempre do meu lado
9. Ser Maior Letra
Letra e Música:
Pedro Ayres MagalhãesDeixou
a casa dele
e partiu atrás do sol
levou
tudo com ele
e subiu sem hesitar
foi à volta do mundo
sempre que lhe apeteceu
era tudo diferente
e andava mais
era a voz que dizia:
– anda não olhes p´ra trás!
e era assim que ele ouvia
andar
estradas sem fim
procurar o Ser Maior
parou
parou aqui
a saudar tudo o que eu sou
foi à volta do mundo
é que tudo aconteceu
ficou tudo diferente
e ele era eu
era a voz que dizia:
– andem não olhem p’ra trás!
e era assim que ele ouvia
e andava mais…
e quem
não acredita
que a vida corre sem fim
não tem
não chega ao dia
de sorrir só assim
foi à volta do mundo
sempre que lhe apeteceu
era tudo diferente
e ele era eu
era a voz que dizia:
anda não olhes p’ra trás!
e era assim que ele ouvia
e andava mais
foi à volta do mundo
é que tudo aconteceu
ficou tudo diferente
e ele era eu
era a voz que dizia:
andem não olhem p’ra trás!
e era assim que ele ouvia
e andava mais…
10. Deitar A Perder Letra
Letra:
TimMúsica:
Xutos & PontapésNinguém te amou como eu
Ninguém te quis como eu
Ninguém te viu feliz como eu
Ninguém te magoou como eu, como eu
Como eu, ninguém esperou
Como eu, e acreditou
Que tudo se pode perdoar
Só à força de te amar
Sentado à beira-rio
Eu vejo-o correr
Ter a vida por um fio
Deitá-la a perder
Como eu
Como eu, ninguém esperou
Como eu, e acreditou
Que tudo se pode perdoar
Só à força de te amar
Sentir o amor escapar
Por entre os beijos fugir
Por entre as mãos escaputir
Como eu
Como eu
11. Melhor Amigo Letra
Letra:
TimMúsica:
Xutos & PontapésSei que não sou o melhor poeta
Mas posso ser o teu melhor amigo
Ando a juntar a música à letra
Para te ajudar quando corres perigo
Por isso aceita esta minha oferta
E passa um bom bocado comigo
Sei que não sou o melhor poeta
Mas posso ser o teu melhor amigo
Dias em que a coisa se aguenta
Outros onde tudo parece negro
Sopra na brasa até vir a chama
O fogo ajuda a afugentar o medo
Tenta manter a tua porta aberta
O caminho é longo e eu conto contigo
Sei que não sou o melhor poeta
Mas sei que tu és o meu melhor amigo
Eu sei que tu és o meu melhor amigo
E eu sei que tu és o meu melhor amigo
Disco 2
1. Aquele Inverno Letra
Letra e Música:
Miguel Angelo, Fernando CunhaHá sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem
daquele inverno
naquele inferno
Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação
aquela missão
Combater a selva sem saber porquê
e sentir o inferno a matar alguém
e quem regressou
guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão…
sem razão… sem razão…
Há sempre a palavra
a palavra “nação”
os chefes trazem e usam
pra esconder a razão
da sua vontade
aquela verdade
E para eles aquele inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento
naquele tormento
Perguntei ao céu: será sempre assim?
poderá o inverno nunca ter um fim?
não sei responder
só talvez lembrar
o que alguém que voltou a veio contar… recordar…
recordar…
Aquele Inverno
2. Cidade Fantasma Letra
Letra:
Pedro MalaquiasMúsica:
Xana, FlakSê bem vindo à cidade rapaz
Sei que a vais gostar de conhecer
Passear nas ruas onde jaz
A memória do que está p’ra ser
É um outro mundo
Aonde o tempo parou
E o vento é rei
E dita a sua lei
Suspendendo no ar
Como um arlequim
Que não pode parar
O princípio e o fim
No vazio das ruas nos portais
Nos vidros quebrados das janelas
Bailam sombras mudas musicais
Em intermináveis tarantelas
É um outro mundo
Aonde o tempo parou
E o vento é rei
Dança tu também
Soerguido no ar
Como um arlequim
Que não pode parar
Olha bem para mim
Suspendendo no ar
Como um arlequim
Que não pode parar
O princípio e o fim
[Sê bem vindo à cidade fantasma
Sê bem vindo à cidade fantasma
Sê bem vindo à cidade fantasma
Sê bem vindo à cidade fantasma]
3. Perfeito Vazio Letra
Letra:
TimMúsica:
Xutos & PontapésAqui estou eu
Sou uma folha de papel vazia
Pequenas coisas
Pequenos pontos
Vão me mostrando o caminho
Às vezes aqui faz frio
Às vezes eu fico imóvel
Pairando no Vazio
As vezes aqui faz frio
Sei que me esperas
Não sei se vou lá chegar
Tenho coisas p’ra fazer
Tenho vidas para a acompanhar
Às vezes lá faz mais frio
Às vezes eu fico imóvel
Pairando no vazio
No perfeito vazio
Às vezes lá faz mais frio
(lá fora faz tanto frio)
Bem-vindos a minha casa
Ao meu lar mais profundo
De onde saio por vezes
Para conquistar o mundo
Às vezes tu tens mais frio
Às vezes eu fico imóvel
Pairando no vazio
No perfeito vazio
Às vezes lá faz mais frio
No teu peito vazio
4. Amanhã é Sempre Longe Demais Letra
Letra:
VitinhaMúsica:
Filipe, FlakPela janela mal fechada
Entra já a luz do dia
Morre a sombra desejada
Numa esperança fugidia
Foi uma noite sem sono
Entre saliva e suor
Com um travo de abandono
E gosto a outro sabor
Dizes-me até amanhã
Que tem de ser que te vais
Porque amanhã sabes bem
É sempre longe demais
Acendo mais um cigarro
Invento mil ideais
Só que amanhã sei-o bem
É sempre longe demais
Pela janela mal fechada
Chega a hora do cansaço
Vai-se o tempo desfiando
Em anéis de fumo baço
5. A Noite Letra
Letra e Música:
P. Fonseca, F. Resende, J. M. Antunes, M. MirandaEla sorriu
E ele foi atrás
Ela despiu-o
E ela o satisfaz
Passa a noite
Passa o tempo devagar
Já é dia já é hora de voltar
Aqui ao luar
Ao pé de ti
Ao pé do mar
Só o sonho fica
Só ele pode ficar
Aqui ao luar
Ao pé de ti
Ao pé do mar
Só o sonho fica
Só ele pode ficar
Ela sorriu
E ele foi atrás
Ela despiu-o
E ela o satisfaz
Passa a noite
Passa o tempo devagar
Já é dia já é hora de voltar
6. Baloiçando nas Estrelas Letra
Letra e Música:
Pedro Ayres MagalhãesBaloiçando nas Estrelas
Na viagem de entendê-las
O que lá vai, lá vai
O que já foi, já foi
Ia cair, não cai
Ia doer, não dói
Baloiçando nas Estrelas
Na viagem de entendê-las
7. Chamaram-me Cigano Letra
Letra e Música:
José AfonsoChamaram-me um dia cigano e maltês
Menino, não és boa rês
Abri uma cova na terra mais funda
Fiz dela a minha sepultura
Entrei numa gruta matei um tritão
Mas tive o diabo na mão
Mas tive o diabo na mão
Havia um comboio já pronto a largar
E vi o diabo a tentar
Pedi-lhe um cruzado fiquei logo ali
Num leito de penas dormi
Puseram-me a ferros soltaram o cão
Mas tive o diabo na mão
Mas tive o diabo na mão
Voltei de charola de cilha e arnês
Amigo, vem cá outra vez
Subi uma escada ganhei dinheirama
Senhor D. Fulano Marquês
Perdi na roleta ganhei ao gamão
Mas tive o diabo na mão
Mas tive o diabo na mão
Ao dar uma volta caí no lancil
E veio o diabo a ganir
Nadavam piranhas na lagoa escura
Tamanhas que nunca tal vi
Limpei a viseira peguei no arpão
Mas tive o diabo na mão
Mas tive o diabo na mão
8. Não Sou o Único Letra
Letra:
Zé PedroMúsica:
Xutos & PontapésPensas que eu sou um caso isolado
Não sou o único a olhar o céu
A ver os sonhos partirem
À espera que algo aconteça
A despejar a minha raiva
A viver as emoções
A desejar o que não tive
Agarrado ás tentações
E quando as nuvens partirem
O céu azul brilhará
E quando as trevas abrirem
Vais ver, o sol brilhará
Vais ver, o sol brilhará
Não, não sou o único
Não, sou o único a olhar o céu
Não, não sou o único
Não, sou o único a olhar o céu
Pensas que eu sou um caso isolado
Não sou o único a olhar o céu
A ouvir os conselhos dos outros
E sempre a cair nos buracos
A desejar o que não tive
Agarrado ao que não tenho
Não, não sou o único
Não sou o único a olhar o céu
E quando as nuvens partirem
O céu azul ficará
E quando as trevas abrirem
Vais ver, o sol brilhará
Vais ver, o sol brilhará
9. Um Lugar Ao Sol Letra
Letra e Música:
Miguel Angelo, Fernando CunhaSe souberes adormecer
com o dia no olhar
O teu sonho viverás
E ao chegar o amanhecer
Não terás que aceitar
Entrar no jogo a perder
Para procurar um lugar
um lugar ao sol sempre teu
sei que é um sonho e não pertence a mais ninguém
O teu lugar ao sol
Se souberes acreditar
que sonhar é só viver
e viver imaginar
Vais conquistar um lugar
um lugar ao sol sempre teu
sei que é um sonho e não pertence a mais ninguém
o teu lugar ao sol
Não pares de lutar
agarra o dia ao nascer
há uma batalha a travar
que só tu podes vencer…
só tu podes vencer
Um lugar ao sol
assim que o dia nascer
o teu lugar ao sol
10. Circo de Feras Letra
Letra:
TimMúsica:
Xutos & PontapésA vida vai torta
jamais se endireita
o azar persegue
esconde-se à espreita
Nunca dei um passo
que fosse o correcto
eu nunca fiz nada
que batesse certo
De modo que a vida
é um circo de feras
e os entretantos
são as minhas esperas
E enquanto esperava
no fundo da rua
pensava em ti
e em que sorte era a tua
quero-te tanto
11. Nasce Selvagem Letra
Letra e Música:
Miguel Angelo, Fernando CunhaMais do que a um país
que a uma família ou geração
Mais do que a uma passado
Que a uma história ou tradição
Tu pertences a ti
Não és de ninguém
Mais do que a um patrão
A uma rotina ou profissão
Mais do que a um partido
que a uma equipa ou religião
Tu pertences a ti
Não és de ninguém
Vive selvagem
E para ti serás alguém
Nesta viagem
Quando alguém nasce
Nasce selvagem
Não é de ninguém
Quando alguém nasce
Nasce selvagem
Não é de ninguém
De ninguém